Bolhas de silêncio e decêncio abrem as gavetas da emboscada.
Também a noite que chega engolindo a língua fecundante do homem espeluncado.
Bico! As bolhas de silêncio retêm inesgotáveis lembranças!
Restam-me as palavras que se retorcem e, incontinenti, tecem utópicas aranhas
. Restam-me as palavras todas as vezes que o indomável é mais grande que pequeno...
E tudo se apresenta ao mesmo tempo na hora do corpo afogar-se na ânsia de outro corpo.
Longe de mim morrer perfeitamente adaptado, tampouco vestindo uma camisa vermelha
por demais lenta.
Bolhas de silêncio e decênio vos sabeis: um dia a Morte levou meu cavalinho branco sem rabo.
Deste dia em diante, ante o diamante distante, venho afugentando todos os portos.
Vos sabeis como odeio todas as coisas saltitantes, arrumadinhas lado a lado na vitrine; e, como amo o esquecido paralelepípedo na mão do manifestante.
Fostes vós quem me orientou a estilhaçar todas as vidraças, logo, conheceis muito bem
a musa descortinada por quem chorei e a que uma noite fiz um pacto de dor.
Recordai estas pinturas semivivas e todas as tentações na caverna do verde:
Roberto Bessa
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